terça-feira, 24 de outubro de 2017

Ciência ou cerveja sem fronteiras

Nos anos de domínio do lulopetismo, o governo federal se mostrou mestre na criação de programas e ações que que mostram-se completamente ineficientes, bem como são um verdadeiro desperdício do orçamento público, com retorno completamente ou quase nulo para a sociedade como um todo.

São tantos os programas com essas características que fica difícil apontar um só como sendo o campeão do besteirol, mas se pra mim tem um programa do governo federal que leva o prêmio de puro desperdício de dinheiro público, esse programa é o chamado ciência sem fronteiras - jocosamente conhecido nos meios acadêmicos como cerveja sem fronteiras ou mesmo turismo sem fronteiras.

Como muitos programas da área de educação, parece que acaba recedendo um salvo conduto de criticas de muitos setores da sociedade, principalmente daqueles que ingenuamente, ou maliciosamente, parecem achar que o Estado tem dinheiro infinito e que não somos nos, os contribuintes, que o carregamos nas costas.

Embora bem intencionado, o programa não funciona na prática. Isso porque na grande maioria das vezes, os contemplados com o programa definitivamente não o levam a sério. 

Você talvez conheça um aluno participante deste programa que viaja para outro país e passa todo o período de intercâmbio (12 meses) postando fotos no facebook de constantes viagens. Se conhece algum participante do ciência sem fronteiras, talvez também tenha constatado que este não é nenhum garoto prodígio que justifique o investimento por parte do poder público. Digo isso porque eu conheço pessoalmente muitos destes casos.

Uma coisa que me chama a atenção nos números do ciência sem fronteiras diz respeito ao enorme quantitativo de estudantes que escolhem Portugal como destino de estudos, em toda minha ingenuidade eu não conseguia entender tal fato, visto que Portugal é um país sem muitas tradições acadêmicas, porém, ao conversar com um amigo sobre o assunto pude entender melhor a predisposição na escolha dos inter cambistas pelas terras lusas: não demonstram domínio de outro idioma, portanto Portugal acaba sendo a melhor opção de destino. Creio que partindo desta premissa fica claro que não estamos lidando aqui com prodígios estudantis, afinais os participantes sequer demonstram conhecimento básicos de um segundo idioma para irem a países com maior tradição acadêmica do que Portugal. 

Um dos pré requisitos para participar do programa é o seguinte: "Ter sido classificado com nota do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM - com no mínimo 600 pontos considerando os testes aplicados a partir de 2009", mais uma vez, não é preciso ser nenhum gênio para tirar nota superior a 600 no enem.

O que estou tentando dizer aqui é que o governo federal banca a ida de estudantes medíocres para países academicamente falando medíocres, sendo que, na maioria das vezes, os participantes só querem saber de farrear e postar fotos no facebook de seus passeios hiper descolados em terras estrangeiras. 

Um programa completamente inútil? Por que ninguém está falando sobre isso então? Tenho dois palpites, o primeiro é a já falada questão de ser algo relacionado ao âmbito da educação, que torna este programa chinfrim tão intocável de criticas como os concursos para docentes de faculdades públicas. O meu segundo palpite diz respeito ao fato de que os bilhões gastos no programa não sejam tão representativos assim dentro de um orçamento como o da União, mas deveriam, se não moralmente, pelo menos simbolicamente no sentido que tem alguém no governo preocupado em não queimar verba pública, seja por conta da crise, seja porque vivemos num país de infraestrutura precária - inclusive na área da educação.


Desempregado? Que tal se matricular numa faculdade para depois passar um ano no exterior sendo bancado pelo papai governo federal. - Clique na imagem para ser redirecionado para a página onde constam os benefícios concedidos pelo programa.


4 comentários:

  1. Tem que ser muito vagabundo e inútil pra se submeter apenas a puxação de saco para viver de bolsa.

    Ainda tem a hipocrisia desses bastiões da moralidade falando que eles serão os salvadores da pátria. Ignoram que suas benesses custam pelo menos o salário de 2 trabalhadores, esses que são os que realmente botam a economia para trabalhar.

    Abraços!

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  2. graças a deus, deram um freio nesta bosta. Já não basta pagar imposto pra bancar o diploma dos playbas da Federal, ainda temos q bancar suas farras internacionais.
    Odeio essa matrix universitária, só dão bolsa pra inúteis puxa-sacos que NÃO precisam.

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    1. Pois é, agora vai criticar em certos meios sociais qualquer programa que tem como justificativa a educação, ainda que seja um programa completamente furado como este...

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Nobres leitores, se eu demorar a responder, é porque provavelmente tô fazendo cosplay de eremita e estudando pra concursos.

Aquila non capit muscas